sábado, 21 de abril de 2012

Vicky Cristina e Woody Allen

Já me perguntei diversas vezes o porque eu tento quase que incansávelmente manter essa ligação com a arte. Sempre respondi de forma simples: "porque faz parte de mim. Sempre fez."
Hoje Woody Allen me deu uma resposta diferente.
Lendo sobre um filme dele do qual gosto muito (não o melhor, ou o mais popular, mas o que eu mais gosto) entendi a visão desse ícone do cinema: “A minha percepção é que você é forçado a escolher a realidade em vez da fantasia. E que a realidade acaba por machucar a gente, e que a fantasia não passa de loucura”
A verdade é que "Vicky Cristina Barcelona" é um filme que exige mais do que olhos para entender, ele exige sentido.
Para desatentos, nada além de um filme sedutor. Para quem sente, um amontoado de poesia e  para mim, um filme confortavel.
Sim, confortavel como um sofá antigo, que já tem o formato certo de sou corpo.
Confortavel porque o filme propõe uma mudança de pensamento e um certeza da arte (mesmo na incerteza de todo o resto) na qual sempre acreditei.
Uma beleza que pode-se encontrar, tanto na protagonista, que busca descobrir o que quer da vida, mas que sabe exatamente o que não quer, quanto num personagem que aparece de forma rápida, mas deixa sua marca.
Um poeta que escreve maravilhosas poesias e se recusa a publica-las por raiva do mundo. Raiva de que? "Porque, mesmo depois de séculos de civilização, as pessoas ainda não aprenderam a amar."
Vicky Cristina Barcelona é um filme para assistir, se necessario, de olhos fechados, mas mente aberta.