sexta-feira, 27 de julho de 2012

Minhas Pérolas

Quando uma substancia invade o interior de uma ostra e isso a fere, seu organismo trabalha pra se proteger, cobrindo o "elemento invasor" e formando a pérola.
se uma ostra não passa por todo esse processo, também não é capaz de produzir algo tão belo.
Aprendi a fazer isso, a transformar em aprendizado e perdão minhas dores.
Hoje já tenho meu colar de pérolas.
Não preciso de mais beleza, preciso de paz.

Salve Quixote!

Não vou ler caio fernando de abreu
que de  realidade eu tô cheia
e bonita ou feia
a tal já me deu nos nervos

também não vou ver Woddy Allem
porque ele me ilude muito
me mostra tudo que posso ser
pra depois dizer que ser é uma ilusão
e eu acredito

e eu aceito.
não aceito emily bronte
que de tanto sofrimento numa casa longinqua
esquece o que é felicidade
falamos outra lingua

gosto de clarice lispector
mas hoje não tô pra falar bonito
não quero beleza abstrata
nem intensidade contida no papel

hoje eu quero ler dom quixote
quero sonhar com a beleza do impossivel
quero o que não é.
de certezas e incertezas o mudo está cheio
quero o oposto.

sábado, 21 de julho de 2012

Sozinho

Me pergunto se o amor pode ser fértil
em terrenos tão diferentes
em terreiros tão distantes
que muda até a religião

então me lembro que o amor não é companhia
amor é sentimento que a gente sente sozinho
se o outro retribui, a gente compartilha

amar é sozinho igual o resto da vida
nascer, morrer, comer
ninguém come com a boca do outro

então não importa  a distancia
geográfica, cultural, de pensar
o coração ama e a gente se estica
dá as mãos, perto ou longe
e começa a andar.

21.07.12

terça-feira, 10 de julho de 2012

Minhas sementes


 
Cada um dá o que tem, já diziam.
Não me vale aqui, tentar dar paz, sossego, esperança, ou alegria. Soaria falso. Se tentasse dar certeza então, seria um fracasso total.
Dou aqui o que tenho: arte, beleza e dor. O que me acompanha desde que sou quem sou, mesmo não sabendo o que é. Essas são minhas certezas, além das incertezas que carrego no peito.
Divido minha arte pra que quem leia entenda. Não precisa ser letrado em teatro ou musica, tenho o que nasceu comigo. Tenho o que não entendo, mas que aflora, transborda, me sobrepõe. Tenho a beleza que me foi dada. Não pedi, não escolhi e ainda não aprendi a usar. E tenho a dor.
Não, não divido a dor porque é algo bonito, não vejo graça em alguém chorando e pra mim, a beleza da lagrima esta na nossa identificação com a dor dos outros.
Divido a dor porque é algo que me transborda, se não escrevesse, acho que explodiria. Não divido a dor pra compartilhar, escrevo-a, pra esvaziar. Se não o fizesse, ela me destruiria.

Desirée Troyack     
   
31/12/2011