segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Morrer


Morrer, partir
Qual a dificuldade que encontram nisso?
Morrer é mais do que uma fuga, é um alivio
Morrer é escapar de tudo aquilo que te aflige
Sem ser culpado por isso
Uma sentença eterna de paz

É a certeza da ausência de dor
E de tudo mais carnal
E se se deixa lagrimas pra trás
As suas também se vão
E não voltam nunca mais

A morte é uma válvula de escape
Da tristeza, dos problemas, do amor
E se fica bem quem fica
Melhor parte quem já passou

E, com a certeza que se acaba
O que tanto doeu pra durar
Partiria com gosto e sem medo
Medo, eu tenho de ficar.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Desaforo.

Eu disse tchau
Ela me disse oi
Ignorou minha despedida e sorriu
Como quem ri de uma piada boba
Eu sou a piada
Vidrada, como agora
Num par de olhos que só vejo virtualmente faz tempo
Imaginando inocente
O que seria
Me perguntando seriamente
Quanto tempo demorei pra admitir
Essa pseudo-paixão quase platônica
Por alguém que só sorri

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Tem tempo certo?

Quanto tempo tentar até se ter certeza?
Quanto tempo querer até chegar a uma conclusão?
Quanto tempo aturar até dizer chega?
Quanto tempo amar até ir a luta?
Quanto tempo sofrer até resolver seguir em frente?
Quanto tempo evitar até adimitir o óbvio?
Quanto tempo mentir até se assumir enganado?
Tem tempo certo?
Tem receita?
Tem quem explique?
Tem perdão?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A menina que carrega meus olhos

Hoje a vi novamente
a menina que carrega meus olhos
a moça que é tão criança
a mulher que brinca com meus sonhos

A moça que carrega meus olhos tem olhos que mudam de cor
tem uma cor que muda com o sol
e tem o sol no olhar

A mulher que carrega meus olhos me olha no fundo da alma
e quando ela para de olhar
meus olhos desistem de ser meus e vão com ela

Textinho antigo mas do qual gosto muito^^

UM DESEJO RARO DE MATAR

O texto que segue abaixo não foi escrito por mim. É de Miguel Falabella. Texto lindíssimo que achei válido postar.
Não, não me falta inspiração. Poderia hoje escrever três textos, apenas com as emoções que me rondam superficialmente e eles seriam intensos. Mas há, nesse texto, algo que enxergo em mim.
Uma necessidade. Um encorajamento talvez.
Algo de belo e doloroso que chega a ser tátil.
Segue o texto.


UM DESEJO RARO DE MATAR


Pode-se lá matar aquilo que se amou loucamente? Como é que se assassina tudo aquilo que um dia vibrou com a intensidade da luz?
Alguém sabe me responder de que jeito? Sorrateiramente, talvez, passo a passo, com a arma nas mãos, evitando o olhar perdido daquilo que já não é, pois não tem mais sentido; ou, então violentamente, como um louco, um desvairado, lançando golpes por toda a parte, como se quisesse exterminar junto com a dor, todo o resto do mundo.
De que jeito? Como se dá fim a fantasias tão amadas e tão carinhosamente cultivadas no outrora foi nosso jardim
Não sei. Juro que não sei.

Mas sei que essas vozes não podem ficar para sempre sussurrando pela casa.
São personagens que foram criados num momento de abandono, de brincadeiras infantis redescobertas, pequenos poemas de ternura, um gracejo eterno, uma intimidade desavergonhada que tomou corpo que ganhou falas e conviveu conosco naqueles dias e que, agora, anda perdida por aí, como um cachorro doente que ninguém mais quer.
O que é que se faz alguém sabe?
Mata-se o cão. Faz-se o sacrifício. Uma injeção letal e pronto, tudo está acabado.

Mas como encontrar a veia daquilo que não tem matéria? Não se mata um cachorro brincalhão que fala coisas, e cria vozes e é só um espírito pálido, porque foi criado para dizer tudo aquilo que tínhamos vergonha de dizer. Não. Esse tipo de personagem não se pode matar.
Diz a sabedoria popular que o melhor é evitar a carnificina, evitar o banho de sangue do assassinato em série e esperar o tempo passar.
Uma personagem sem fala sem ação dramática, acaba desaparecendo na penumbra das coxias.
Desaparece por um tempo, é bem verdade.
Mas não morre,
Anda pelos cantos, cantando velhas cantigas, rindo daquele jeito, inventando vozes e volta e meia e vislumbrado, mostra o seu perfil doente, uma aparição rápida, misteriosa, mas suficiente para abrir todas as feridas outra vez.
Por isso é insuportável, faz-se necessário o assassinato e é imperativo que se descubra no peito

O DESEJO RARO DE MATAR..

Abandone de início toda ou qualquer piedade, toda ou qualquer poesia, a todo ou qualquer sentimento bom que possa lhe cruzar o peito.
Ninguém está interessado nessa sua horrenda bondade, neste momento da vida,
muito menos essas estranhas figuras que você criou e que, agora assombram as suas noites de insônia.
Não. Definitivamente, esqueça a gentileza.
Não se mata docemente, nesses casos. Apanhe um pedaço de pau, uma faca qualquer à deriva, qualquer instrumento pesado e saia golpeando esses animais que já não tem mais lugar na sua vida. Eles vão implorar para viver, afinal não pediram para existir, não pediram para ver a luz e, com muita lógica, acham absurdo esse seu gesto impensado. Mas não dê ouvidos às súplicas dos moribundos.
Acabe com um por um.
Destrua todo e qualquer vestígio deste passado.
Assim deve ser feito.

Depois, quando o cheiro de sangue invadir a noite e nada mais se escutar a não ser a música das estrelas, limpe tudo cuidadosamente, como o mais perfeito dos criminosos.
Atire fora os restos, os panos sujos, a arma do crime, tudo, tudo o que ainda possa trazer alguma lembrança desta noite. Se você chegou até aí, então já sabe que não há mais volta. O jeito é olhar para o futuro, se é que existe futuro, após semelhante assassinato.

Não se incomode com o vazio. É natural nesses casos que um vazio horrível roube o ar do seu peito e se aloje no lugar das entranhas. Mas o vazio não é dor e aqueles que já viveram com a dor sabem bem o alívio que é libertar-se dela. Antes o vazio. Antes o nada.
Alimente-se. Olhe para o Sol, ainda que a sua luz seja dolorosa. Agarre-se a vida com o desgosto dos desesperados, mais não desista.
Não vale a pena, acredite.
é natural que nada mais seja como antes, após o crime, mas nada seria como antes de qualquer maneira.
Uma vez você tenha entendido isso, espere. Limpe o sangue das mãos e espere.

Pouco a pouco, algo acontece. Um leve tremor, um roçar de asas, um gemido ao longe, a queda de uma gota de água, sei lá. Mas algo começa acontecer dentro de você e o seu coração que é exatamente igual ao meu e igual ao de todas as criaturas sobre a terra, uma devastada cauda de lagartixa, inicia o movimento inexorável de reconstrução.
E então você deixa de torcer as mãos, esquece de seu passado criminosos e volta a escutar a poesia dos dias que correm. Porque o seu instinto sabe que o fim que era dor e se tornou vazio e se tornou nada, vai romper por fim o casulo do passado e estender sob um novo sol suas
ASAS DE ESPERANÇA....

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O blog mudou!

Sim, a aparência do blog mudou, e vai continuar a mudar, sempre que necessário.
Eu mudo, de humor, de ideia, porque não o blog?
Então a idéia é sempre deixar isso aqui diferente, buscando sempre melhorar (sabendo que, as vezes a gente se engana)

Outra coisa: gosto muito da idéia de associar imagens com fotos. Mas não gosto da idéia de pegar essas fotos na internet.
Primeiro porque a gente nunca sabe a quem dar os créditos, segundo, é porque normalmente são fotos já "rodadas", digamos assim.
Então, de inicio serão fotos de minha autoria (sempre que eu tiver uma que combine com a ideia do texto). Se alguém tiver boas fotos, de própria autoria, aceito a sugestão e darei os devidos créditos.
Elas podem ser mandadas para o meu e-mail: desi.troyack@gmail.com

Sem mais, espero que aproveitem a leitura. Me esforço sempre pra torna-la mais agradável a cada dia.
E um bom dia!


Nunca prometa

A gente acha que pode oferecer
acha que pode prometer
aquilo que a gente não tem

a gente acha que pode esconder
mas dar a felicidade a alguém
não é tão simples quanto saber
que estar perto nos faz bem

as vezes, nossa felicidade é um abraço
mas as vezes os problemas vão além
pra evitar, tristeza e decepções
nunca prometa felicidade a ninguém.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Não chora, Fernando.

não chora, Fernando
não chora porque lagrima não explica nada
lagrima só mostra
uma dolorida gota de água

chora, Fernando
não tenta prender tudo aí dentro
porque sentimento também explode
e atinge sempre mais que o intento

não chora, Fernando
porque também dói te ver assim
como se já não doesse o suficiente
tudo o que já tenho em mim

chora, Fernando
Chora porque tem porque chorar
mas faz da sua dor mais que um pranto
faz dela, um leve soar

não chora, Fê
não adianta mais chorar
teu pranto entristece quem te ama
quem só quer te ver cantar

chora, Fernando
chora, porque eu te entendo
é difícil perder
aquele grande que te viu tão pequeno

chora, porque és forte
és grande e és um menino
és fonte de orgulho
praquele que hoje
vemos partindo

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Amar uma mulher



Amar uma mulher 
É coisa de louco
É coisa pra pouco
É pra quem tem força

Amar uma mulher
é coisa pra forca
pois não é coisa pouca
a falta de juízo que é

A boca, a roupa, as pernas
as manhas, olhares: cavernas
profundos, infindos, insanos

Amar uma mulher
não é coisa de ócio
porque depois do ato heróico
nunca se esquece a tal mulher

São fotos, sorrisos, ternuras
lembranças, cabelos, gravuras

E se nada houver que te lembre
ainda haverá em tua mente
aquele abismo profundo
aquele olhar provocante
aquela agonia indecente

Amar uma mulher
é só pra quem agüenta!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ao vento

Palavras soltas pelo vento
Quantas poesias já perdi?
Quantas despedidas gritei?
Quantos sonetos chorados
numa cama, no escuro?

Quantos versos deixei de escrever?
E em meio as lagrimas
(de alegria ou tristeza)
Palavras escorreram pelo olhar

De quantos sorrisos se faz um verso?
Quantos gritos, para um protesto?
Quanta dor, para um poema?
Qual é a hora de sair de cena?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sem opção

Falei tanto em partir pra ver se encorajava
não consegui dar um passo
quando vi como te deixava

pensei em ir varias vezes
seria mais saudável
mas não consegui te virar as costas
sem me sentir abominável

mas agora você perdeu
o fio, a cabeça o controle
e com ou sem intenção
exigiu de mim mais do que pode

e agora não tem opção
partir é o único caminho
te deixo com coração na mão
te desejando o melhor destino

e dói me ver indo embora
te deixar, desalento e tristeza
luto, contra o meu coração
mas foi você quem pôs as cartas na mesa

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Única

Tanto potencial para paixão
e tão cheia das manias de fugir
te vejo em todas as fotos bem tiradas
em todas as meninas com estilo
em todas as belezas diferentes
e em algumas poesias que admiro

Te vejo com ciume, beleza, vontade e dor
te vejo minha, num mundo distante
te vejo embaçada, num passado confuso
e como um desperdício
numa saudade constante

Te vejo com uma certeza tão incerta
mas com um olhar tão forte
uma coragem invejável
e uma mascara, pouco solida

Te vejo mostrar o que quer
com o que tem de mais lindo escondido
te vejo distante
lembrando: não tenho mais nada com isso.