terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A quem quiser entender.

Mais de uma vez me senti tentada a vir aqui explicar minha ausência a uma plateia invisivel e quase inexistente. "Falta tempo' ou 'falta inspiração" me passaram pela cabeça e até a velha desculpa do "é fase" me veio nas pontas dos dedos.
A verdade? Não faço idéia.
Procurando a resposta, minha ultima teoria foi bem coerente: minha escrita exteriorizava um vazio e angustia que não mais exitem. Me prendi tanto a livros e poemas tentando sufocar algo. Hoje, com tudo respirando, mal encontro tempo para ler.
Entendi, finalmente que tem um algo (que vocês conhecem bem), que faz parte de mim, mas do qual não quero ser parte.
Não é bem uma fuga. É uma despedida de cabeça erguida, de tudo que provei e não gostei.
Não é que eu deixe de escrever por completo, mas não tenho mais visto em minhas palavras, beleza relevante para serem postas aqui. Maior parte das vezes, são jogadas fora logo após serem escritas.
Não me despeço do mundo a qual sempre terei amor, apenas troco de lugar. Da coxia para a cadeira.
E que se faça um bom espetáculo, ainda tenho ótimo senso critico.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Para um amigo

Lendo arte.
Gosto da tua parte que se parece comigo.
Nunca encontrei alguém assim
que eu pudesse, sem prisão,
compartilhar a parte que eu gosto do que eu sou
Uma das partes
Sou tanta coisa que me perco
e gosto do que você acha em mim
Gosto de como você me faz
mas não por mais de momentos
Se só posso ser uma
não quero que o excesso me defina.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Chaves

Chaves sempre me atraíram
É como se fossem o acesso para algum segredo
Algo que fosse tão interessante que merecesse ser trancado
Não pra conter, mas pra aumentar a vontade
provocar curiosidade, fazer segredo

Chaves são o maior símbolo
que permitem o que é proibido
abrem o que está fechado
e mostram o que está escondido
Não tranco as coisas
mas gosto de ter chaves
mais do que um símbolo de poder
é o livre acesso ao desconhecido

sábado, 18 de agosto de 2012

Só sei que sou assim.

Minha vida é um sem fim de perguntas, e não me vale aqui, citar todas as respostas que já encontrei. Até porque, para cada resposta surgem 4 novas perguntas.
Sempre me perguntei quem sou. Essa resposta ainda não consegui achar. E entre o que gosto e o que não gosto, o que devo ou não fazer, fui me descobrindo aos poucos.
Ainda não encontrei uma palavra, um estilo ou uma classe que me definam. Deus me livre de encontrar! Sou eu e só.
Até porque, não suportaria, "outros de mim com histórias diferentes", ou "outros do meu tipo" de lugares diferentes.
Sou o que sou por tudo o que passei, pelo o que vivi e o que escolhi.
Eu sou a consequencia das minhas escolhas e um pouco consequencia das atitudes alheias (ninguém está livre disso)
Mas não quero me enquadrar num "estilo" onde gente do meu "tipo" faz coisas que "gente do nosso tipo" faz.
Até porque perde a graça.
Imagina, um monte de gente que você já sabe o q vai fazer, porque são previsíveis. Tem uma padrão pra agir que é o mesmo que o seu. Imagina alguém falando de você: "ih, vai fazer isso, porque foi o que fulano fez."
Quero não!
Quero minhas próprias descobertas
Quero descobrir como se aprende com o erro alheio, pra não ter que cair o mesmo buraco e quero continuar a ser esse aprendizado eterno, esse sem fim de respostas encontradas e perguntas feitas.
Porque a vida não para, o mundo é grande e eu, maior ainda!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Minhas Pérolas

Quando uma substancia invade o interior de uma ostra e isso a fere, seu organismo trabalha pra se proteger, cobrindo o "elemento invasor" e formando a pérola.
se uma ostra não passa por todo esse processo, também não é capaz de produzir algo tão belo.
Aprendi a fazer isso, a transformar em aprendizado e perdão minhas dores.
Hoje já tenho meu colar de pérolas.
Não preciso de mais beleza, preciso de paz.

Salve Quixote!

Não vou ler caio fernando de abreu
que de  realidade eu tô cheia
e bonita ou feia
a tal já me deu nos nervos

também não vou ver Woddy Allem
porque ele me ilude muito
me mostra tudo que posso ser
pra depois dizer que ser é uma ilusão
e eu acredito

e eu aceito.
não aceito emily bronte
que de tanto sofrimento numa casa longinqua
esquece o que é felicidade
falamos outra lingua

gosto de clarice lispector
mas hoje não tô pra falar bonito
não quero beleza abstrata
nem intensidade contida no papel

hoje eu quero ler dom quixote
quero sonhar com a beleza do impossivel
quero o que não é.
de certezas e incertezas o mudo está cheio
quero o oposto.

sábado, 21 de julho de 2012

Sozinho

Me pergunto se o amor pode ser fértil
em terrenos tão diferentes
em terreiros tão distantes
que muda até a religião

então me lembro que o amor não é companhia
amor é sentimento que a gente sente sozinho
se o outro retribui, a gente compartilha

amar é sozinho igual o resto da vida
nascer, morrer, comer
ninguém come com a boca do outro

então não importa  a distancia
geográfica, cultural, de pensar
o coração ama e a gente se estica
dá as mãos, perto ou longe
e começa a andar.

21.07.12